sábado, 1 de agosto de 2009

Resolução

Resolvi reescrever.
Não, pensando bem não é isso: Me resolveram a reescrever. Do terreno fértil da amizade me refincaram no plano da literatura tentada. Sim, tentei, mas os frutos não vingaram, cai e pouco voei.
Aliás, de lá a cá não voei, fui voado. Um pouco Lyon, um pouco Maputo, um pouco Reikjavik, um pouco Capão Redondo, um pouco Barcelona, um pouco Abbey Road. Passaram-me por tantos terrenos que já não sei quem sou. Na verdade, nunca soube.
Sei todavia que meus fragmentos revoltam-se e transitam na caótica urgência do amor. Em cacos, a resistência frustrada de mim rodopia na sarjeta, cantagrita inseminando-se de vento e passado. Jamais tombarei meus pés, isto é o certo.
Foi pelos pés que me retornaram. Assim, não há jeito : sou prisioneiro da escrita, e fielmente represa por conta dos meus outros. E reinicio deste jeito, partindo-me em outros.
Afinal,
Eu sou multidão.